A Não-Realidade

Bom, hoje posso dizer que vi um dos melhores documentários que vi na vida, o chamado "Quem Somos Nós?", da distribuidora Playart, dirigido por William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente. O filme define, através das teorias da Física Quântica, a REALIDADE.

Afinal, o que é real?
Pois é, a realidade não passa de uma ilusão.

Quer dizer, não sei. É uma confusão muito grande achar que isso se trata da verdade, afinal, se essa informação é mesmo real, e a realidade é uma ilusão, então não passa de uma ilusão, certo? Hm, um tanto complicado.

"Só acredito vendo"; Essa é a grande sacada dos céticos: incapazes de provar determinada teoria, fazem uso desse argumento, a fim de provar que tal "verdade" não é verdade.
Para começar, a visão nem sequer é visão. Assim, tudo isso não passa de especulação, nada REAL. Tipo, cientistas planejaram o seguinte experimento: Conectaram o cérebro de um indivíduo a uma máquina e pediram para observar determinado objeto. Constatou-se que, ao ver esse objeto, determinadas áreas de seu cérebro se acenderam. Numa outra fase do mesmo experimento, foi pedido ao "cobaia" que esse fechasse os olhos e imaginasse aquele mesmo objeto - as mesmas áreas do cérebro que se acenderam ao vê-lo, acenderam-se ao imaginá-lo. Com isso, criou-se a dúvida: Nós somos capazes de enxergar com os olhos ou com o próprio cérebro?


Não que os olhos não tenham a sua função, que é a de captar determinados sinais luminosos, mas VER...De qualquer forma, sabemos que a visão, ou os olhos, melhor dizendo, não estão diretamente ligados à realidade. O que vemos (ou o que não vemos) é ou não a verdade definitiva.

Uma outra teoria que me deixou bastante intrigado - tirei bastante tempo para refletir, mais do que de costume - é a de que a matéria só existe, quando EXISTE. Confuso? Por exemplo, algo só está realmente aqui quando, esse algo, está aqui.
Ou melhor dizendo, algo só é real, quando faz parte de minha realidade.
Um exemplo apresentado no documentário é o da colonização da América Latina. Durante a chegada dos espanhóis, os nativos Sul-Americanos não eram capazes de visualizar as embarcações ao horizonte. Isso por que para eles, os navios não existiam, uma vez que não faziam parte de sua realidade; e, ora, se algo não existe, não pode ser visto, certo? - Com o tempo, o Xamã da aldeia começou a identificar algumas estranhas ondulações na costa, e, com o passar dos dias, pôde finalmente enxergar os navios. Ao dividir essa nova informação com os demais aldeões, estes foram capazes de vê-los também, por que, para eles, o Xamã era a verdade absoluta. Hoje em dia é um pouco complicado de se acontecer algo parecido, uma vez que vivemos em um mundo globalizado, estamos sempre por dentro das novas tendências, evitando uma possível cegueira do real-irreal.


Não é só o simples fato de algo pertencer à minha realidade que determina a sua realidade. Tudo o que vemos, tudo à nossa volta só existe por que estamos aqui para ver. Não quer dizer que basta fecharmos os olhos para tudo desaparecer como num passo de mágica - lembre, os olhos não são variáveis, em se tratando da realidade - vivemos em um mundo onde eu e você não somos os únicos. Se existe alguém que "vê", então aquilo existe. Isso também não quer dizer que basta imaginar qualquer coisa que ela se fará real. É algo muito mais profundo. A realidade é o produto da verdade coletiva.

Resumindo: Não é o simples fato de não "ver" que determina a existência ou inexistência de determinado ser ou coisa, até por que, mesmo que você não esteja refletindo sobre, dentre as 6 bilhões de pessoas que habitam esse mundo, tenho certeza de que alguma delas estará pensando.
Mesmo assim, "vendo" ou não, o tudo não passa de nada. Quando vemos, as coisas passam a se comportar como matéria, e, quando não, comportam-se como onda. É algo muito complicado, nem eu mesmo entendi ainda.

Matéria. Esse é outro ponto polêmico do documentário. Sabe, na verdade, o que achamos ser sólido não passa de vazio. A ideia que se tinha de o que era um átomo, hoje já não é mais válida. Sabe-se de que se trata de um minúsculo núcleo e uma "imensa" área vazia, delimitada pelos em constante movimento, elétrons. Aquilo o que é sólido, não passa de um grande vazio. Sua real massa é ínfima, se comparada ao que realmente acreditamos ser verdade.


Na verdade, nem o que sentimos é real. O toque, a dor...Tudo isso não passa de mais uma ilusão. O que acontece é que os elétrons, por apresentarem cargas iguais, se repelem. Nós não chegamos a tocar as coisas, de verdade. O que é um tanto estranho, não temos contato direto com nossa realidade, fruto de nossa própria mente.

"Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Não acha que algum resquício de sua divindidade, alguma pequena fagulha desse grandioso conhecimento e poder não nos foi passado?" Li isso em um livro cujo nome não menciono, mas que nos faz pensar quanto real à capacidade do ser humano, será que somos assim tão insignificantes?

Bom, eu não consegui escrever TUDO o que havia escrito anteriormente (passei a tarde desenvolvendo as ideias apresentadas no documentário, quer dizer, nos 20 minutos que vi), mas esse simples trechinho já foi o suficiente para dar um nó na minha cabeça, nem consigo mais raciocionar - Notaram quantos "verdade" e "realidade" tem nesse texto?. De qualquer forma, passarei meu final de semana assistindo ao resto do filme, e, com total certeza, postarei as informações que faltaram aqui (uma delas me surpreendeu tanto que merece um post inteiramente dedicado a ela). E é isso mesmo. Eu encontrei o documentário no Youtube, para quem tiver paciência de ver, aqui vai a primeira parte. Aconselho de verdade, é ótimo para nos fazer pensar, além de ser bastante interessante - As partes seguintes podem ser encontradas nos vídeos relacionados.